Em diferentes momentos das nossas vidas sentimo-nos tensos, com medo que o futuro não aconteça da forma que planeámos – sentimo-nos ansiosos. A ansiedade é o sentimento que experimentamos quando ficamos demasiado preocupados com o que vai acontecer, não tendo nós controlo sobre essa situação. Antecipamos consequências negativas face a um acontecimento futuro e, como tal, “sofremos por antecipação”.
Este sentimento poderá estar associado a situações específicas (falar em público, viajar de avião, andar de elevador, apresentar um discurso em público, falar com chefias, realizar exames médicos, encontro amoroso, ou outros) ou pode aparecer num estado mais generalizado e permanente nos indivíduos – é importante reflectir até que ponto a ansiedade nos permite viver a nossa vida com harmonia e bem-estar.
A ansiedade está sempre relacionada com uma ou mais preocupações – medo de falhar, de errar, de ser criticado, ou mesmo agredido – que são comuns a todas as pessoas , mas em alguns casos atinge níveis excessivos, causadores de grande sofrimento, chegando a patamares que nos bloqueiam a forma de pensar e agir. O grau da ansiedade está relacionado com as nossas expectativas em relação a determinada situação e não à situação em si.
Para lidarmos com a ansiedade, poderemos tentar encarar as situações considerando eventuais riscos associados, como obstáculos a ultrapassar para atingir o nosso objectivo. Lembrarmo-nos de outras situações que tenhamos passado, com consequências positivas e procurar diversas soluções para cada obstáculo apresentado, poderá ajudar-nos a enveredar pelo percurso que nos permite viver a vida – evitamos assim uma atitude mais negativista e/ou derrotista, que nos leva a fugir e evitar situações ou não conseguir ter uma vida social gratificante. Muitas vezes, sentimo-nos mais calmos quando falamos com pessoas em quem confiamos: familiares, amigos ou profissionais de ajuda (psicólogos, psiquiatras, etc).
A vida é feita de descontínuos e naturalmente que surgirão situações que nos desagradam e outras que serão muito boas. Será assim fundamental para o nosso bem-estar distinguir entre o “desconfortável” e o “terrível” – se algo desagradável ocorrer, poderá ser desconfortável, mas não será o “fim do mundo”!
É possível controlarmos a nossa ansiedade e sentirmo-nos bem perante os desafios do dia-a-dia – por vezes, temos apenas de olhar para os nossos objectivos com confiança e integrarmos as nossas experiências passadas de forma adequada, garantindo à vontade para delinear novas estratégias e soluções para os diferentes momentos.
Referências Bibliográficas: Burns, D. (1990). The Feeling Good Handbook. A Plume Book. Dryden, W. & Gordon, J. (1993). A Realização Pessoal. Editorial Presença. Goleman, D. (1995). Inteligência Emocional. Ed. Temas e Debates.